sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Abobrinhas

É notável o número de notícias que podem ser classificadas como "abobrinhas" (bobagens) na internet e na imprensa em geral. Os assuntos são os mais bizarros e bobos possíveis. O pior de tudo - ou o pior do pior - é que esse tipo de matéria dá audiência, e dá muita! Ou seja, publica-se justamente aquilo que o povo deseja.

Isso abre uma discussão antiga: é a mídia que forma a opinião pública ou vice-versa? Mesmo que a mídia publique aquilo que o povo quer, não seria obrigação dela tentar modificar, tentar melhorar, elevar o nível cultural de todos? Parece que todos parecem aceitar as regras atuais do jogo, sem que grandes tentativas sejam feitas para melhorar a situação. 

Sei que, de certa forma pode-se dizer que a imprensa já faz algo nesse sentido, na medida em que publica seções dedicadas a arte e a cultura. Também existe a parte segmentada da mídia que atende a um público com nível cultural maior. Mas esse tipo de coisa não parece estar resultando em algum tipo de melhora no nível cultural do povo em geral.

No final das contas a imprensa acaba sucumbindo ao apelo popular e comercial. Há a necessidade de vender para sobreviver, e só sobrevive quem publica aquilo que atende ao anseio da massa.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Obamania

No último post desse blog eu ainda não sabia o resultado das eleições americanas: deu a lógica, Obama venceu o candidato que carregava nas costas o legado terrível de George Bush. Foi uma vitória até mais apertada do que eu poderia imaginar, se em número de delegados pareceu - e foi - uma vitória confortável, em número de votos a diferença foi pequena.

Eu cheguei a escrever que os democratas abusaram do risco de perder essas eleições. Acho que isso veio da segurança que lhes deu o malfadado governo republicano de Bush. Eles deviam ter a vitória como certa e arriscaram tudo: os dois candidatos que representavam as chances democratas, uma mulher ou um negro, não eram os tipos de candidaturas que não enfrentariam resistências internas.

Ganhou Obama com o seu "Yes, We can!" Todos queriam mudanças e Obama está aí como fiel depositário das esperanças de mudança do eleitorado americano. Talvez Obama não desejasse tantas expectativas com seu governo, a pressão para que ele faça tudo dar certo é imensa. Se conseguirá ou não só o tempo dirá. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eleições na Terra de Tio Sam

O interesse tem motivação óbvia: queiram ou não, a frase que afirma que "o que é bom para os USA é bom para o mundo" é verdadeira. Os Estados Unidos da América do Norte é o país líder desse mundo, queiram os americanófilos, não queiram os americanófobos. Não é uma simples questão de querer, mas de aceitar uma realidade.

Essa é uma forma estúpida de não aceitar a realidade, entrar em negação, como se isso fosse resolver ou mudar a realidade. A chamada guerra fria só acabou como um confronto declarado, mas deixou as viúvas dos sistemas comunistas, que continuam sonhando com a utopia irrealizável do novo paraíso terrestre.

As duas correntes norte-americanas, os democratas e os republicanos, tem visões diferentes de mundo, com vantagens para cada um dos lados conforme o tipo de assunto tratado. Economicamente os repúblicanos sempre foram melhores para o mundo. Politicamente os democratas sempre foram os preferidos, e com razão por serem menos radicais.

Sempre digo que, qualquer dos lados que ganhe a parada, o resultado será melhor mesmo para os norte-americanos do que para o resto do mundo. Não somos agentes nesse processo, somos os pacientes, só nos resta aguardar pelo que vai dar.

A minha posição? Torço pela vitória do candidato democrata, não gosto da política externa que os republicanos adotaram nos últimos anos.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Interesse popular

Veja as notícias mais lidas de um portal da Internet:
* Madrasta de Isabella é transferida para presídio feminino
* No Carandiru, madrasta de Isabella pode ir para 'seguro'
* Isabella: madrasta ficará pelo menos 15 dias sem visitas
* Madrasta alterou cena do crime, afirma promotor
* Isabella: promotor diz que 'os dois mataram a menina

Como se pode notar, todos os assuntos estão vinculados ao rumoroso caso do assassinato da menina Isabella Nardoni, ocorrido há pouco mais de trinta dias em São Paulo/SP. O caso possuí os ingredientes básicos para se tornar o fato mais acompanhado pela população do país: um assassinato brutal cometido por aqueles que deveriam ser os maiores responsáveis pela integridade da menina: os pais.

É difícil de se dizer quem vem primeiro, se o interesse popular no caso, ou a excessiva exposição do caso pela mídia. Talvez sejam coisas que acabem se completando. A mídia dá início ao processo e a população - cuja audiência é medida pelos institutos verificadores dessa audiência - se encarregue de retroalimentar o processo.

Se de um lado o processo demonstre um alto grau de repulsa do povo pela violência do ato, de outro é estranho notar que essa mesma população não demonstra esse mesmo sentimento pelo restante da violência, responsável por mais de cinquenta mil vítimas por ano.